quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Falta

Eu olhava ao redor e sentia falta...
As folhas nas arvores balançando, empurradas pelo vento
Vento com outro perfume...
Meu estomago se contraía sempre que percebia isso.
Era aterrador pensar no futuro, por isso evitava.
Mesmo possuindo quase tudo para ser feliz não o era.
Exatamente por causa do quase.
Ah, e como eu o odiava.
Sentia falta pulsante do exagero em minha vida
E por isso desesperava em minha alma todos os dias.

Eu olhava ao redor e sentia falta.
O sol tocava minha pele e meus olhos ardiam.
Não enxergava mais o azul.
O céu se tornara um grande sol pra mim.
Nem ao menos nuvens,
Sequer o nublado, aquele azul acinzentado...

Eu olhava ao redor e sentia falta.
A musica ainda vivia em mim
Mas não havia mais como exibi-la.
Canção sem segunda voz é incompleta
E as cordas partidas não mexiam mais.
A presença perturbadora e odiosa do quase
Me davam o tal desespero.
Mas meu espírito se tornara covarde.
Faltou-lhe coragem para se libertar,
As pessoas não entenderiam.
Acomodou-se à matéria.
Continuo a olhar tudo ao redor
E sentir essa falta.

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