segunda-feira, 2 de maio de 2011

Historinha



Eu nasci do vento, pendendo numa balança
Suspirando a esperança
De ter, um dia, uma grande história pra contar

Eu vim crescendo, aprendendo os passos da dança
Formando minha própria banda
Com instrumentos que eu mesma aprendi a tocar

Me vi sofrendo, errei, escorreguei  na lama
Dominada por tantas lembranças
Que me empenhei tanto em sufocar

Hoje enfrento, conquistei meu escudo e lança
A paciência e a temperança
Já fazem parte do meu caminhar.

"Puro"

O ar pesado e quente que me circunda é meu. É o mesmo que entra e sai.
A melancolia que meus olhos projetam é minha. É a mesma que produzo e absorvo.
Esse tom avermelhado é puramente meu. Puramente é só modo de dizer. Não há nada de imaculado neste mundo, nem na vida, muito menos em mim.
Tenho tédio de olhar para os rostos vazios das pessoas vazias.
Tédio de ouvi-las falar sobre assuntos vazios e rirem disso.
Morro de tédio de seus copos cheios e suas almas vazias.
Seus cigarros nojentos cheios e suas idéias vazias.
Não que eu me considere melhor. Talvez eu seja mesmo muito pior. Não consigo me adaptar.
Sofro de individualismo. Ou velhice. Ou recaída depressiva.
Quase certeza que é “puro” tédio.

Dor Cantada

Já vou...
Meu caminho é certo e reto
Não posso parar
Pra esperar você entender que sem você por perto
Minha vida é doce inferno

Já vou...
Você não precisa entender
Agora é tarde
Não se explica o que fazer
A um coração que já não arde
Pra quê?

Estou indo
Com a metade do meu riso doído
Molhado com o veneno salgado
Que é expelido de um antigo pedido
Tão duramente sufocado e
Perdido...

Tchau...
Não haverá arrependimentos
Não dessa vez
Você não permitiu a minha entrega
Esquecimento
É pra onde levo você
Enterrarei esse amor até morrer
Andar...