quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O FIM

Eu conseguia ouvir as batidas apressadas e pesadas do seu coração... ou seriam do meu?
A boca seca e os olhos inquietos...
Quem estaria mais desesperado?
E eu ali... esperando uma corda, um salva-vidas, qualquer coisa que me segurasse...
Mas já fazia muito tempo que eu vagava à deriva e sequer tinha percebido.
As lágrimas não paravam e nem diminuíam.
As mãos frias e trêmulas... lembrei do dia em que nos conhecemos...
Senti meu peito rasgando. O sangue que ainda circulava em meu corpo parecia ser ácido... corrosivo.
Sua boca se mexia, mas nada fazia sentido pra mim...
Tudo estava pilhado no chão e verdades atingiam minha cabeça com tanta violência...
De repente tudo ficou cinza e lento... você se tornou um de meus desenhos borrados, animado grotescamente numa história de terror...
Talvez a falta de ar estivesse me fazendo delirar... tudo estava em rotação acelerada no meu estômago...
Mas foi quando as palavras começaram a se repetir que eu percebi que nada mais poderia ser dito.
A lei do retorno riu de mim...
Tripudiou vitoriosa.