segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Caríssima EU,




Como foi sempre meu costume, pensarei.
Analisarei cada detalhe, cada situação arriscada, cada desfecho feliz, aceitável, durável, ou não.
Visualizarei o emaranhado de possibilidades, a teia de opções nascida das entranhas cruéis do destino.
Desenrolarei os pergaminhos, abrirei as portas, acenderei as lâmpadas...
E me ferrarei de novo.
Eu sofreria menos se não me empenhasse tanto a invocar futuros hipotéticos, em vez de me esforçar pra tornar suportável um presente medíocre.
Será?
Uma companhia no inferno é tão proveitosa quanto a solidão no paraíso.
De que me serve?
Neste momento seria impossível pra mim inspirar-me em qualquer coisa bela ou excitante.
Ultimamente ao me ouvir me assombro e calo.

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