sábado, 2 de julho de 2011

Ana vai ao analista

Eu vinha sofrendo dores incalculáveis Doutor...
Não precisa me chamar de Doutor, Ana. Já somos amigos há tanto tempo.
Tá Fred. Me desculpe. É que hoje... hoje algo mudou.
Algo?
É! Não sei exatamente o que é, mas mudou.
Hum... você falava das dores...
Sim! Incalculáveis! Realmente horríveis...
Dores onde, Ana?
Na cara, no fígado, no pé, em tudo, Doutor!
Uma dor na alma você quer dizer...
E que atingia todo o corpo. Pode isso?
Pode. E é muito comum.
...
Mas você dizia que mudou...
Sim! Me sinto completamente em paz. O que significa isso, Dou... Fred?
Vamos descobrir! Você não sente mais dor alguma? Nada?
Nada! Me sinto bem, me sinto leve! Isso é positivo, não é?
É maravilhoso, Ana! Algo que lhe pesava o espírito não existe mais!
Mas é claro que existe! Existe! Só que... deixou de ser um peso.
Então... parece que você já sabe o que é.
Acho que é o amor. Parou de doer.
Mas, Ana, então o amor doía e depois parou de doer? O que houve? Você perdeu alguém e reencontrou?
Sim... foi isso mesmo!
Conte pra mim, Ana. Quem é?
Eu mesma, Doutor. Eu...

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